segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Cínica.


Desvairada vida,
leva-me adiante, num compasso entorpecido.
Arrasta-me, carrega.
Ensurdecedor é o zumbido que fazes ao me despertar, como exiges.
Ao mais desreispeitoso desespero me forças, sufocas, agride, entonteces,
desapontas.
Quisera eu nascer, renascer centenas, milhares de vezes, até torna-la...
Tornar-me perfeita, desumana.
És tão constante, tão permissiva, provisória. E como me pareces volátil!!!!
Sinto-a gasosa entre os dedos.
Bastarda!
Só conheço-te,
nenhuma outra. Como te amaldiçôo nesses tempos de inglória e desventura.
Sinto várias, toco, imagino, compartilho,
mas só de tí sou íntima. Cúmplice.
A tí me entrego, íntegra, clara.
O que me dá em troca?
O prazer de respirar?
Cínica, venenosa.
Amante cruel.
E agora me dou conta de que te amo desesperadamente,
e não quero perder-te.
te quero assim,
jamais ausente. Vida.
Enquanto eu viver.

3 comentários:

Juliana Dacoregio disse...

Bonito. É teu?

Bibi. disse...

yeah!!!!!!!!!!
:D

ândria Halfen, disse...

belissímo texto Bibi, a foto perfeita tb.